Parashat Nasso

Como devemos nos relacionar às decisões espirituais em momentos de euforia?

Muitas vezes, estamos perantes a momentos decisivos em nossas vidas, nos quais devemos tomar decisões importantes sem espera, para não perder o momento. Por outo lado, estas decisões, por causarem certas restrições, podem nos levar a pensar que fomos afobados em decidir sem pensar muito. Neste artigo será apresentada uma passagem da Torá e consequentemente do Talmud sobre o nazir (pessoa que absteve-se de vinho, uvas e de cortar cabelo, durante certa época), que demonstra a decisão correta num destes momentos da vida. Este conceito é profundamente muito diferente daqueles que estão nos mosteiros. A profundidade das coisas será explicada abaixo.
Assim consta na Torá (Bamidbar 6:1-21):
“Homem ou mulher que decidam prometer a serem nazir (veja conceito citado acima) para D'us…de vinho e cerveja deve abster-se…durante toda a época que na qual é nazir…todos os derivados do vinho…não consumirá…seu cabelo não cortará…não se aproximará de um morto…santo será para D'us… “
Uma das leis do nazir é que caso ao ser nazir ele se aproximou de mortos e impurificou-se, deve trazer um sacrifício ao Beit Hamikdash, chamado asham nazir tamê, ou seja uma sacrifício de culpa do nazir por estar impuro. Nesta situação, a contagem dos dias de nazir é iniciada novamente.
O Talmud (Nedarim 9b) traz o seguinte caso relacionado à passagem da Torá citada acima:
Disse Shimon Hatsadik (que era sumo sacedote no Beit Hamikdash): durante toda minha vida, somente uma vez comi um sacrifício de nazir por estar em estado de impureza. Certa vez, veio ao Beit Hamikdash um nazir da região sul de Israel, e percebi que era uma pessoa muito bonita tanto nos seus olhos e nos seus cabelos. 
Perguntei: Filinho, por que vocè deixou seu cabelo crescer, perdendo sua beleza natural. 
Ele respondeu: eu era pstor para meu pai na minha cidade. Certa vez fui à fonte encher os jarros com água. Em certo momento vi a minha imagem ( que era tão bonita e atraente) na água da fonte. Naquele  momento, o máu instinto quis que eu usasse esta beleza como meio para pecar. Eu disse (ao máu instinto): perverso!!! Por que vocè está tentando dominar o mundo que não é seu? Eu jurei naquele momento ser nazir, para que possa dominar o máu instinto e não pecar com minha beleza natural. 
Disse Shimon Hatsadik: filinho, que sempre hajam pessoas que decidam ser nazir, como você decidiu…
A fim de compreender a profundidade desta história maravilhosa, devemos estudar profundamente a passagem da Torá sobre o nazir. Uma das diversas leis do nazir é que deve se afastar das uvas e des seus derivados, está proibido de cortar cabelo, e está proibido de impurificar-se por mortos. No final desta época, deve cortar seu cabelo, trazer certos sacrifícios. Caso tenha ficado impuro nesta época, deve trazer o sacrifício devido a este caso, cortar o cabelo e reiniciar a conta dos dias de nazir. 
O departamento de marketing da fábrica de auto-móvies alemã, Volkswagen decidiu que em todos os veículos novos, deve estar a seguinte frase: “Volkswagen – porque você só vive uma vez”.
Em qualquer propaganda, o publicitário deseja, atrvés da propaganda, que certa mensagem ou ensinamento entrem no nosso sub-consciente. Que mensagem o departamento de marketing quis intorduzir em nossas mentes. Digamos que seja verdade que realmente vivamos somente uma vez, o que isso tem a ver com um Volkswagen?
A resposta é muito simples: realmente vivemos somente uma vez (segundo a opinião deste publicitário). Então, como você passar toda sua vida, sem que tenha em sua posse um dos veículos da Volkswagen ?! Você pode perder a vida !!
Segundo a afirmação transmitida nesta propaganda, a pessoa que não tem um Volkswagen, passa a vida sem aproveitá-la corretamente.
A mesma afirmação é transmitida na famosa bebida gasosa “coca-cola”. O publicitário desta fábrica afirma, que a coca-cola é o “sabor da vida”. Irônicamente poderemos afirmar, que a pessoa que beber coca-cola dirigindo um dos veículos da Volkswagen, sua vida será muito praserosa.
Um homem decide se abster de determindos prazeres mundanos. Será que ele está se comportando corretamente? Será que o rótulo de “santo” é corretamente dado à esta pessoa? 
Ostensivamente, a resposta é sim.
Como explicado acima, na citação da Torá, o nazir que se retira dos prazeres da vida é considerado santo. A pessoa que escolhe o caminho da reclusão escolhe o serviço que é digno e desejável.
Esta posição é reforçada pela palavra nazir, que é derivada da palavra nezer, que significa coroa. Pois “todos os homens são servos dos prazeres e desejos mundanos. O “rei”, é aquele que domina seus desejos e prazeres “.
Na passagem do Talmud trazida acima, o mesmo conceito é aplicado àquele nazir oriundo do sul. 
Porém, se realmente aquele que se abstem dos prazeres materiais é chamado de santo, por qual motivo ele deve trazer (no término da época de nazir) um sacrifício chamado Chatat (por ter transgredido pecado)?!? Que pecado ele transgrediu?!? 
Qual é o pecado que obscurece o ato de santificação do monge?
O entendimento é que este afastamento dos prazeres e desejos mundanos, é considerado pecado. E portanto, o nazir deve trazer o sacrifício de chatat. 
O pecado é ficar longe dos prazeres que D'us nos permitiu. D'us nos colocu neste mundo, para que aproveitemos dele o máximo possível para nos aproximar Dele. Realmente, a pessoa deve ter controle de como e quando usufruir destes prazeres, para que eles nõ sejam um meio de afastamento de D'us. Porém decidir abster-se de prazeres mundanos, mesmo pelo motivo mais elevado     que seja, é considerado pecado. Devemos usufruir dos prazeres de modo correto, e não se afastar deles.
Deste modo, como poderemos entender a relação que a Torá deu ao nzir, chamando-o de santo? Como poderemos entender o relacionamento de Shimon Hatsadic à quele nazir vindo do sul, a tal ponto que disse Shimon Hatsadic, que hajam muitos nezirim como ele no povo de Israel?
A resposta é que o nazir, é simultâneamente santo e pecador. A figura humana que é desejada pela Torá é uma pessoa que vive e desfruta de sua vida, dentro dos limites que a halachá judaica impõe a ele. Esses limites permitem que ele leve uma vida plena sem ser atraído pelo desejo do coração sem se entregar a nenhum instinto. A pessoa inteira é aquela cuja consciência e espírito controlam os desejos de seu corpo.
O jovem do sul de repente sentiu que sua beleza física estava superando seu intelecto e estava prestes a levá-lo aos portões do pecado. Ele sentiu o despertar das paixões da juventude que poderia atraí-lo para um vício descontrolado aos desejos corporais. Nas camadas ocultas de sua alma, no inconsciente, havia a tendência a pecar.
A decisão de tornar-se nazir naquele momento, demonstra sua coragem e grande força mental. Ele teve a coragem de construir uma represa que impedia que as paixões ardentes invadissem as barreiras. Ao abster-se de tais prazeres, ele deu o passo certo na direção do equilíbrio judaico e, portanto, sua ação é sagrada.
Mas mesmo em momentos de euforia, nos momentos de seu sucesso em conquistar sua vontade, ele deve se lembrar da razão que o forçou a se quebrar. Ele deve se lembrar do pecado que não foi completamente removido de seu coração. Portanto, ele traz um sacrifício de chatat, como consta na Torá (Bamidbar 6:11).
Ao transferr os conceitos do citado acima para nosso cotidiano, observaremos o mesmo caminho. Vamos apresentar um exemplo que pode ser adaptado para muitos eventos em nossas vidas:
Bom vinho é bom para uma pessoa e sua saúde. No entanto, o homem bêbado, que é viciado em uma gota amarga, se afoga em seu pecado na angústia de seus desejos. Quem sente uma tendência para este vício, precisa urgentemente de reabilitação. Ele deve evitar até mesmo o pequeno copo diário até sentir que controla a ânsia de beber. A tendência para beber é pecado. O poder para lidar com isso é a santidade.
No final da época que foi nazir, está escrito na Torá (Bamidbar 6:20): “E depois, o nazir “.
Os dias nos quais foi consierado nazir, jápassaram, e é permitido beber vinho. Portanto, por que ainda é chamado de nazir?
Porque os dias das freiras o trouxeram de volta ao equilíbrio mental. De agora em diante, ele recupera o controle de seus poderes. A partir de agora, mesmo que ele bebesse vinho na quantidade equilibrada e saudável, ele permaneceu um nazir. Pois conforme o citado acima, a palavra nazir é oriunda da palavra nezer-coroa. Ele é o rei que domina seus desejos. 
A campanha da Volkswagen, nos demonstra que realmente “vivemos-temos a oportunidade em cada momento”, somente uma vez. A questão é o que fazer com isso…

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